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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Estranhamentos e aproximações



Estranhamentos e aproximações

Por que os jovens parecem estar cada vez mais “rebeldes” e agressivos no contexto escolar? Por que abordagens tradicionais (onde o professor possui o papel de detentor do conhecimento e de transmissor) são cada vez mais criticadas e rechaçadas?

O último questionamento é especialmente inquietante. Afinal, funcionou conosco, não é mesmo? Provavelmente você, assim como a maior parte de nós, recebeu uma educação bastante tradicional, em aulas predominantemente expositivas nas quais nossa principal atividade era copiar o conteúdo repassado pelo professor no quadro, exercitá-lo, memorizá-lo e devolvê-lo nas avaliações. Crescemos e incorporamos esse cenário tendo o professor em frente à turma, “professando” o conteúdo. Apesar de os referenciais teóricos da educação demonstrarem a inadequação dessa metodologia, em geral, nós professores, na nossa infância e adolescência, adaptamo-nos e tivemos sucesso nesse tipo de vida escolar. Talvez, de alguma forma, desenvolvemos estratégias (e/ou “artimanhas”) para torná-la mais produtiva.

Com uma trajetória, sem maiores conflitos com a escola, é natural termos dificuldades de negar essas raízes que, em muitos casos, lembramos com carinho.

Por outro lado, ao exercer o papel de professores, temos outra perspectiva do processo educativo. Teoricamente incorporamos plenamente os estudos que demonstram a importância do papel ativo do aprendiz na construção do conhecimento, do diálogo, da aprendizagem cooperativa e de tantos outros aspectos que permeiam nossos discursos. Mas na prática... Que dificuldade de abandonar nossa herança! Que vontade de ter em sala alunos “dos velhos tempos”, mais disciplinados, quietos, prestativos! Talvez, lá no fundo, exista um desejo de proporcionar aos nossos alunos o mesmo sucesso escolar que tivemos. E, para isso, tendemos a projetar um caminho semelhante ao que trilhamos! Difícil dizer o que ocorre na prática de cada um, estamos apenas lançando hipóteses para mobilizar reflexões acerca dos motivos das aulas tradicionais ainda predominarem nas escolas de hoje.

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